A cada minuto 4 mulheres são agredidas no Brasil
Tal situação é conseqüência da desigualdade na relação de poder entre
homem e mulher, construída desde a família. Inicia-se na infância,
quando predomina a idéia de que criança só aprende com palmadas,
surras, castigos aplicados pelos pais. Nos anos 80 e início dos 90, no
HGE e no hospital Getúlio Vargas, recebíamos diariamente mulheres
espancadas por seus companheiros. Cheias de lesões. Lembro de uma jovem
que chegou desacordada, com trauma grave na cabeça, acompanhada da mãe
que contou sobre a brutalidade praticada pelo genro. Ela não sobreviveu
à agressão. Ele permaneceu impune. O que presenciava nos hospitais
ainda é uma realidade social trágica. Meninos são educados para serem
fortes, violentos, preparados para o espaço público. São incitados a
brigar e proibidos de chorar. Meninas são domesticadas. Sob o argumento
da fragilidade, permanecem no espaço do lar, brincando de boneca. Assim
são construídos os papéis do homem violento e da mulher resignada.
Continua aqui.
Ver ainda: Pernambuco: 121 mulheres assassinadas em 2010
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