Em 8 de março celebra-se 101 anos desde que foi proposta uma data para comemorar o Dia Internacional das Mulheres.
Durante décadas, a narrativade um suposto incêndio em uma tecelagem norte americana,de maioria de empregadas mulheres, foi difundida como sendo o fato que gerou as celebrações do 8 de março. Entretanto,a partir de estudos de historiadoras feministas podese afirmar que não há nenhuma evidência deste episódio ter sido a origem das celebrações da data. Pelo contrário, há fatos que comprovam que a data teve sua origem proposta por Clara Zetkin, em 1910.
Em 1908, as mulheres socialistas dos Estados Unidos passaram a organizar um Dia das Mulheres dedicado à luta pelo direito ao voto. Elas faziam parte do movimento sindical e socialista e foram protagonistas de amplas greves por direitos trabalhistas. Então, em 1910, Clara Zetkin, na II Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, propôs que,a exemplo das companheiras americanas, fosse celebradoem todo o mundo o Dia Internacional das Mulheres.
Nos anos seguintes, as comemorações se espalharam pela Europa, mas ainda sem data fixa e única para todos os países. Em 8 de março de 1917 (23 de fevereiro no calendário russo),um grupo de operárias russas iniciou uma greve geral contra a fome, a guerra e o czarismo,construindo um processo de lutas que deu início à revolução de fevereiro. A iniciativa partiu das trabalhadoras das indústrias têxteis, que se lançaram às ruas de Petrogrado (atual São Petersburgo) mobilizando cerca de 90 mil pessoas. Quatro anos depois, em 1921, fixou-se o dia 8 de março como o Dia Internacional das Mulheres, para lembrar e homenagear a iniciativa das mulheres russas.Conhecer a história real dos fatos que originaram a celebração do 8 de março é importante para refletir que as trabalhadoras sempre estiveram presentes na luta por melhores condições de vida para todos/ as, e presentes de maneira ativa,propositiva e protagonista.
CLAUDIO RANGEL
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